Andando pela
rua, mulher tem que correr
No olho da
rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
Andando pela
rua, mulher vai trabalhar
No olho da rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
Sou mulher
cansada de tanta invasão
Já chega,
chega de fiu fiu
Sou mulher
cansada de tanta invasão
Meu corpo,
meu corpo é meu espaço. Sou mulher!
No olho da rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
No olho da rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
Então, canta
mulher!
Se liberta!
Então, vai
ser mulher!
Se completa!
E assim sua
alma vai falar...
E assim sua
alma vai gritar...
Chorar não
muda o sentido dos ponteiros!
Salve as Ayabás! Salve Oxum! Salve Iemanjá! Salve Obá! Salve Iansã! Salve Ewá! Salve a criação-molde de Nanã!
Salve a mulher... mulher da luta, mulher da rua, mulher do dia, mulher da resistência, mulher negra!
A rima é na rua, é toda hora, é toda nua, é toda gira. Salve!
No olho da
rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
Não venda
sua opinião
Seu corpo,
suas regras
Se erga e
vista o que quiser
Confie em
você, mulher
Raiz, saber,
poder e ação
O olhar da
luta só vê quem de luta é
Mulher
calada, cabeça baixa - Não!
Me
fortaleci com força e fé, sou mulher!
No olho da rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
Hoje eu não
seria nada se não fossem as guerreiras de outros tempos
O olhar da
luta só vê quem de luta é
No olho da
rua mulher é nua, no olho da rua mulher é nua
(por Maíra Baldaia e Lucas Costa)
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