Há em mim um brio manchado, entrecortado de tanta vontade e
sina.
Em meu céu cabem muitos olhos, sorrisos, bocas, dentes,
mãos, dedos, pés, coxas, panturrilhas, quadris e línguas.
Mas não se enganem e nem se assustem, não me dou a nenhum
desses recortes passionais.
Gosto de ser assim: inteira, plena em todo o sangue que habita
minha carne.
É meu todo o meu sangue!
Eu pertenço a mim mesma e a toda liberdade que eu aguentar
carregar.
Minha bandeira é pesada, mas meu caminhar é leve já que sangro
meus sonhos todos os meses em perfeita comunhão de mim.
Eis que me contradigo fugazmente, pois em meio a tanta
anatomia e física quântica há aqueles a quem me empresto, me entrego como sou:
dual em conta-gotas.
Aqueles tem meu prazer instantâneo em vários tons de
violeta.
Eles tem meus segredos vermelhos, minha voz azulada, meus
desejos brancos.
Eles tem meu enredo alaranjado, meu clímax negro, minhas
reflexões amareladas, meus sorrisos no canto da boca cor de ameixa, meu pulsar
esverdeado, minha pele multicolor.
E, para além, eles – aqueles olhos pretos ensolarados – tem
nos lábios minhas lágrimas quentes e sem cor alguma... minha alma nua e sem cor
alguma... minha falta de pudor, meu infinito.
Aqueles olhos de sol...
Aqueles olhos pretos ensolarados tem meu pensamento diáfano,
translúcido, sujo de tão límpido e, ainda assim, permaneço minha - mais do que
nunca.
de ninguém além de nós mesmos!
ResponderExcluirEles vieram se encontrar
ResponderExcluirpara encontrarem a si
cada um se encontra
em cada desencontro
Ele veio para dar, tudo que ela já tinha
Ela veio para lembrá-lo o que ele já sabia
Amor
Ignóbil âmago... Colorido âmago! Como já disse alguém, "a vida tem a cor que a gente pinta!"
ResponderExcluirE é mesmo Fulô! Vejo tanta cor no ignóbil, cores infinitas... uma aquarela repleta de sentimentos!
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