Meu canto se despediu, mais uma vez mudou-se o curso dos rumos das águas. Meu canto se despediu... E como disse Cecília, “não sou alegre nem sou triste: sou poeta”. Essa angústia que por vezes me acompanha é mera herança de meu passado amassado no barro, na pedra e no minério. Meu canto se despediu... Não me tornei triste, não me tornei profundamente alegre, me tornei viva. Minhas linhas se escrevem por essa energia vital que me percorre as veias. Num arrepio surdo, numa melodia calada, num batuque discreto, num sorriso no canto da boca a vida me faz sua filha. É só meu esse sorriso arredio, tranquilo, carregado de timidez, cor e som. Meu sorriso é perene porquê me sinto viva, de pé, enraizada numa conexão abissal... Meu sorriso só sabe sorrir! Meu sorriso é agora! Novos cantos já se entoam. Melodias diversas, ainda dispersas, vêm me curar da despedida e recoroar meus olhos jogados ao sem fim do céu azul. Ouço: Apruma o corpo, firma o passo e ergue a cabeça que o trem já vai partir... Próximo destino: o que há de vir a ser! Vejo: Nessa lida de sinas e sonhos meu canto cativo só pode ser o mundo!!! Meus pais já diziam que para o mundo é que me criaram. E eu sei que meu maior amor é por o pé no vento, na imensidão densa e pulsante da vida! É no vento que eu encontro meu chão!
pé de vento
ResponderExcluircabeça de...
ps: gostei da imagem
já está!
ResponderExcluirLindo tudo! O texto, a imagem, a Maíra!
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