domingo, 12 de dezembro de 2010

Primeira carta

Os olhos do sorriso do menino me entrecortam os sentidos, me interrompem a intervalos e cruzam-se às entrelinhas de meu repouso. Olhos quimera a me roubar os findados dias serenos... Frutos da utopia ou sinônimos do muito que habita em nós e só espera?
Entrelaçada aos braços do homem há de se crer que toda forma de ideias está sentenciada à experiência sensível. Sem um quinhão de racionalismo vê-se brotar a sensualidade morna dos dias que virão e que serão... É um caminhar ritmado em uma só cadência. É seguir na mesma direção sem saber do risco ou do riscado.
Sossegado homem, astucioso menino... Ambos a me tirar o sono e a vivificar meus sonhos!
Descoberta, acaso ou desatino? O nome certo desse amor só se lê de peito aberto. E uma vez navalhada a carne, derretida a pele e dilacerados os argumentos estamos docemente destinados a nos ver nos significados um do outro... Designados a um riso nem escancarado nem discreto, mas sim entorpecente.
Então escute, se deixar falar a voz do coração eu vou estar em ti e poderá me ouvir sempre que desejar.

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