Minha arma é a palavra!
Bala-poesia-gatilho-verbo...
Escolhi falar com sapiência e gritar se for preciso.
Não vou mais guardar palavras, não vou mais tropeçar na
invisibilidade.
Até o fim eu vou soltar tudo que guardamos aqui há 500 anos
ou mais... ou mais...
E se as palavras cessarem eu soltarei a voz com meu cabelo
CRESPO, com meus olhos INDÍGENAS, com minha pele MESTIÇA e com minha bunda
NEGRA.
Sem pedir permissão eu vou verborrasgar e verborragir
até o fim...
Para que um dia essa luta ecoe, para que um dia essa luta
acabe e, transmutad@s, possamos ESSENCIALMENTE amar.
Esse escrito pintado de resistência é por que nessa semana que
passou foram somadas três horas de tiros na porta da minha casa. Quem atira e
morre são os meninos. 13, 14, 15, 16 anos e fim. Essa história começou antes mesmo
da colonização desse Brasil. A casa
grande não descansa e a escravidão ainda ecoa por aqui. Engasgo. De cara com a
bala não há o que fazer. Tem que se fazer é antes, mas tem que se fazer. Tenho
só um peito cheio de poesia e esse texto não é protesto nem nada, esse texto pode
ser até mesmo utopia de estudante de uma universidade federal qualquer, mas
esse texto pode ser acesso também e quem tem acesso toma as rédeas de sua
própria vida. Esse texto é pra entender que as falas d@s outr@s são nossas
também. Tenho só um peito cheio de poesia e olhos que veem... Tem muita gente
precisando ser vista, muita gente. Tenho só um peito cheio de poesia e não vou
pedir licença pra disparar essas palavras.
Bala-poesia-gatilho-verbo... na boca do gatilho minha arma é
a palavra!
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