quarta-feira, 11 de maio de 2011

Canto da casa de cada um

Palavras perdem-se ao vento,

Mas em mim só se fazem entranhar.

Me impressiona como e de tal forma escritos de tamanha longevidade

Tornam-se em meu peito tão contemporâneos,

Como se tivesse eu mesma a parir letra por letra no exato momento em que os leio.

E os tomo pra mim – MEUS!

Como são meus irmãos todos os poetas, loucos, artistas, sonhadores...

E todos aqueles que carregam uma tristeza misteriosa no olhar, palavras poucas na boca e um sorriso no canto do olho esquerdo.

Minha nostalgia chora a casa toda vez que reencontra os seus...

Saudade é aquilo que já se sabe o gosto e o gozo.

Quem é de terra reconhece o barro!


*

sábado, 26 de março de 2011

ciclos

Desce do sol dos olhos, menina!
Deixa o tempo passear...
Na caminhada torta e ritmada a vida se recicla.
A tempo e ao tempo seguimos...
Quando é de encontro também é sina!

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Das heranças e algumas sinas

Não sei que melancolia é essa que vem sem quê nem porquê.
Talvez, como disse Drummond, seja mesmo doce herança itabirana... como tantas outras que herdamos sem escolha ou saber.
Um pranto guardado no peito pronto a se soltar a qualquer hora, oportuna ou não.
Uma nostalgia inexplicável que mareia o olhar e não me deixa cair no vazio.
Uma ingênua melodia que me dá um nó na garganta, mas que por tantas vezes adormece meus medos.
Pedra e ferro correndo nas veias.
Herdei e agora são minhas essas esquisitices tantas.
Já não mais grito, tento carregar minha bandeira no silêncio de meus sonhos.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

De travesseiro e prosa

Passos para lá...
Passos para cá...
Meu coração dá pulos de manhã!
Já não sei se o faz por alegria ou insegurança ou paixão ou ansiedade ou tudo isso.
Borboletas rondam-me a cabeça e o estômago.
E em vez do cantar de passarinhos marretas constroem um novo prédio anunciando o dia!

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Cadência passional


O coração, mesmo equivocado - ou não,
Está cá, sempre batendo um tanto forte que é pra não esquecermos de usá-lo!
E ele cadencia num vai e vem disparado...
Delícia é ter a certeza da vida pulsando dentro e fundo na gente!

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

ANA






E na sina de caminhadas ela irradia, dá o norte e o gás para mais um dia!

*

Chega um tempo em que o coração pede arrego por tão pouco e toda a saudade que cabe em fotografias não cabe no muito do peito. Chega um tempo em que é preciso driblar pequenas pedras que cismam de cutucar a felicidade e é preciso transformar poeira em sorriso. Chega um tempo em que vinte e quatro horas é um espaço muito curto para tantas palavras, carmas, sonhos e nem mesmo o passar dos anos é tempo suficiente. Chega um tempo em que é preciso ir, simplesmente... E nessa hora minha criôla é meu chão, é meu combustível! Com toda certeza, os olhinhos de luz da minha pequena abrem caminhos e vem nos lembrar que todos os anjos estão ao nosso lado!

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Só mais uma crônica do ir e vir

Na discussão silenciosa qualquer ruído é um sinal de glória e nós tolos esperamos... mas não há! A canção emudeceu, as pregas embargadas de prantos já não podem ressoar. Quão estranhos nos tornamos, quão distantes daquelas mornas manhãs... O amor emudeceu e já não sei mais se mesmo o era ou se um vislumbre de felicidade nos tocou por ora. Quão utópicos nos tornamos, quão previsíveis de nossos próprios enganos. Enfim, mais um passo a frente... agora um pouco mais firme!
Mas de repente, como num relance, pude notar em um pedaço do seu olhar aquela coisa boa que costumava amançar meu coração. Talvez esperança ainda haja... E, se for assim, teremos que reaprender a falar, passo-a-passo o beabá e os grunhidos até acordar a canção.
Meu mole coração calejado de novos sorrisos já nem sabe o que é certo, se é que é preciso saber, se é que o há! O que eu digo aqui é real, ou não, pois que sou dual e tenho fazes que me sangram, me doem e me consolam todos os meses... fazes como a lua! É sina carregar a mudança no ventre!
Mais uma vez: Enfim! São cinco e quarenta da manhã e o relógio já despertou... mais um tatear, mais um passo, mais um dia. Novas descobertas, novos reencontros, novas palavras novas novamente... Esperança ainda há!